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Qual o Melhor Computador para Design e Desenvolvimento?

Assim como um pintor conhece sua tela e pincéis e um pedreiro conhece sua espátula e ferramentas, todo o profissional de TI precisa conhecer seu computador, e isso inclui o designer. Todo profissional precisa conhecer sua ferramenta.

Por muitas vezes, perguntei a alguns amigos designers qual era a configuração da máquina em que eles trabalhavam. Alguns me respondiam “Windows 7”, outros me respondiam, “ah é um Mac”. Mas, na realidade, o que eu queria saber era quanto de RAM, quanto de HD, qual o processador, placa de vídeo e, para minha surpresa, sempre me deparava com um “o quê?”, “como é?”, “sou designer. Não tem nada a ver eu saber disso”. Isso é decepcionante.

As vezes é necessário criar grandes formatos ou editar vídeos, talvez um pouco de 3D, então precisa de um computador que possa dar suporte as suas necessidades. Mas como saber se o que precisa é de mais RAM ou mais processamento? Ou se na verdade você simplesmente já tinha tudo certo, mas nem sabia que existiam Sistemas Operacionais 64 bits? Aliás, nem sequer sabia o que era 64 bits?

Existem muitos designers que enchem um site de estruturas complexas e somente camadas de PNG, ou gigantescas manobras de canvas, para poder montar algo vistoso. O designer necessita se preocupar com a tecnologia que o seu usuário usa e qual a configuração média do dispositivo, de acordo com a proposta do aplicativo, site ou artefato. Essa é outra razão para compreender como funciona computadores e dispositivos móveis.

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Devo comprar um laptop ou um desktop

Laptops são computadores portáteis, conhecidos no Brasil como notebooks. Já os Desktops são computadores de mesa. A vantagem do primeiro é a mobilidade, porém, essa mobilidade tem um custo mais elevado, que pode ser refletido tanto em preço, quanto em performance. Independente do que você precisar comprar, fique atento as questões abaixo para que você possa escolher melhor a sua máquina. Para tanto, vamos listar por componentes mais comuns.

Processadores

O processador, ou a CPU (Unidade Central de Processamento), é o elemento que mais gera dúvidas a respeito de performance. Para quem trabalha com vídeos ou edição de som, o processador é fundamental para garantir uma renderização mais rápida. Já para quem trabalha com imagens estáticas, como o Photoshop ou Illustrator, ele vai acelerar o tempo de adição de efeitos e filtros. Para quem trabalha com web e desenvolvimento, a performance do processador é mais importante para virtualização, seja para dispositivos móveis ou máquinas virtuais.

Basicamente, há duas empresas quando o assunto é processadores: Intel e AMD. Com isso, vale a atenção a algumas características que podem enganar o consumidor mais desatento: As marcas i3, i5 e i7 são nomenclaturas puramente comerciais. A grande maioria dos laptops i7, por exemplo, são da linha U, que correspondem a um menor custo de energia, porém com uma performance inferior. A linha i7 XXX U, da Intel, por exemplo, apresenta menor clock e menor quantidade de núcleos, sendo comparado a um i3 para Desktops ou a um i5 da linha HQ, para laptops. Por isso, antes de se pensar em nomes comerciais, é necessário ficar atento a algumas características, como:

Clock → Digamos que seja a velocidade do processador. Ele é determinado a partir de métrica de frequência. Um processador mínimo, para quem trabalha com programas gráficos, é de 2,6GHz. Esse clock deve ser mais poderoso, caso o objetivo seja trabalhar com renderização de vídeo e 3D, onde é aconselhado pelo menos 3,2GHz. A tendência é que quantos mais GHz, mais rápido será a renderização.

Núcleos (Core) → Esse é um assunto polêmico. A necessidade de uma quantidade maior ou menor de núcleos depende da disponibilidade do aplicativo de usar ou não esses núcleos. Uma quantidade maior de núcleos significa que o processamento será dividido e executado simultaneamente entre eles, aumentando, por consequência, a performance. Os núcleos podem ser físicos ou lógicos (geralmente representado como Número de Threads). A diferença é que o núcleo físico realmente o número de núcleos no processador, enquanto o virtual emula núcleos dentro da CPU, com o objetivo de dividir as tarefas. Os núcleos físicos possuem performance superior, porém, mesmo processadores com 4 ou mais núcleos, tendem a possuir núcleos virtuais para somatizar a performance. Muitos núcleos são recomendados para quem trabalha com bastante 3D ou precise trabalhar com máquinas virtuais. Vale lembrar que a quantidade de vários núcleos significa que o computador irá dividir mais processos simultaneamente, ficando assim mais rápido, caso o programa usado dê esse suporte. A grande maioria dos programas profissionais modernos (programas da Adobe, AutoDesk, alguns compiladores, etc.) usam bem as várias threads do processador.

Cache → A memória cache representa o tamanho da informação que o processador poderá processar por vez. Quanto mais memória cache, mais tarefas o processador poderá executar em um curto espaço de tempo e, por consequência, maior performance. Muitos consideram a memória cache mais importante do que o Clock. É importante salientar que a quantidade de memória varia de núcleo para núcleo. Desse modo, segue a mesma lógica do clock, quanto mais você tiver, melhor vai ser sua performance para renderização. No entanto, atenção, a Intel mostra o cache POR NÚCLEO, enquanto a AMD tem o costume de mostrar a SOMA do cache. Então fique atento e observe sempre, nas configurações, o cache por núcleo. A partir de 4MB de cache L3 é interessante para quem trabalha com impressos, web e aplicativos. Para quem trabalha intensamente com vídeo e 3D, 8MB, ou mais, de cache L3 é mais recomendado.

O site CPU BOSS vai ajudar você a ter uma ideia de comparação na hora de escolher um processador.

Memória RAM

Até o começo dos anos 2000, muita memória RAM era sinônimo de altíssima performance. Isso porque a memória RAM, ou Memória de Acesso Aleatório, é responsável por guardar as informações que estão sendo executadas naquele momento. Em resumo, quanto mais memória RAM, mais programas abertos e mais pesados podem ficar abertos simultaneamente. O fato é que, hoje, os aplicativos são mais otimizados para consumir menos memória. Porém, para quem trabalha com projetos muito pesados, como revistas, livros e grandes formatos, uma quantidade razoável de memória RAM é muito importante. Já para quem trabalha com web, nem tanto. Já para virtualização, memória RAM é muito importante para dividir entre as máquinas virtuais. 8GB é o mínimo para quem trabalha com revistas e livros. Já para quem trabalha com web, 6GB é suficiente. Virtualização e vídeo, a partir de 16GB.

Placa de Vídeo

Nem todo computador tem uma placa de vídeo, mas todo ele tem um chipset ou um processador de vídeo. Hoje, existem duas opções no mercado: APU e GPU.

A APU é um tipo de processamento de vídeo que é compartilhado com o processador. Praticamente todos os processadores hoje possuem um processamento de vídeo incorporado. Mas esse vídeo incorporado não possui tanta performance quanto um processador de vídeo dedicado e também precisa usar parte da memória RAM.

Já a GPU é um processador dedicado de vídeo. As principais fabricantes são a nVIDIA e a AMD/Radeon. Por possuir um processamento próprio de vídeo e memória dedica, possui uma performance muito superior. Por isso elas são mais caras e exigem também mais energia e esquentam mais, o que pode ser algo que pese na opinião de alguém que queira comprar um computador, já que a fan (ventoinha) pode fazer muito barulho na hora que requer alto processaemnto.

Quem trabalha apenas com impressos, publicações e elementos institucionais, ou com desenvolvimento e web, não tem a necessidade de uma GPU. Uma APU o atenderá sem problemas. Porém para usar recursos mais avançados do Photoshop, como o 3D, uma GPU simples, dedicada, será o suficiente. Agora, se o intuito é trabalhar com 3D ou vídeo, então uma GPU mais parruda se faz necessário. Vale lembrar que é importante ver se o software que você usa, para edição de vídeo, usa mais a GPU ou a CPU para renderização. Esse último detalhe pode ser fundamental para uma escolha ideal.

Apesar do que pode parecer, a memória dedicada da GPU não é o ponto mais importante no que diz respeito a qualidade. Também a questão de núcleos não é tão importante assim, visto que processadores gráficos possuem uma quantidade absurda de núcleos em comparação a CPUs. A arquitetura da GPU quanto ao seu clock e a sua quantidade de memória é algo fundamental para analisar. Por exemplo, a GPU Geforce 930M (para laptops), da nVidia, é suficiente para quem quer trabalhar com impressos, web e vídeos esporádicos. Já a GTX 780, também da nVidia, apesar de mais antiga, é melhor, porém apenas para desktops. No caso da nVidia, o que difere a qualidade está mais relacionada aos seus dois últimos dígitos, sendo que o primeiro especifica o quão recente é a arquitetura. Pessoas que trabalham com 3D de forma mais assídua, e as que usam a GPU para renderizar vídeos, precisam de GPUs mais potentes. Alguns podem juntar várias GPUs em uma única, somando o processamento (mas não a memória dedicada) e deixando a renderização mais rápida.

Usuários do Ubuntu, cuidado ao comprar uma placa de vídeo Radeon. Muitas não receberão mais atualizações para o sistema operacional, ficando inutilizável o OpenGL nas distribuições mais recentes. Fique atento ao modelo que for adquirir.

Para verificar e comparar GPUs, o site GPU BOSS vai te ajudar a escolher qual a melhor.

Displays e Monitores

Um assunto deveras delicado, mas bem simples. Designers precisam sempre de qualidade de resolução e brilho, além de fidelidade de cores. O foco é sempre na relação de taxa de atualização x polegadas x resolução x tecnologia. O ideal ainda é uma tela IPS ou OLED. A resolução FULLHD deve ser usada no máximo em um monitor de 21.5 polegadas, para não ficar incômoda a densidade de pixels. Recomenda-se uma resolução maior também para manter uma boa área de utilização em relação as ferramentas. Qualquer coisa maior que 21.5 polegadas deverá ser 2K ou 4K, para manter uma boa qualidade de imagem. Já no que diz respeito a frequência, praticamente todos os monitores hoje apresentam boa frequência, porém para quem trabalha com vídeos, pode tentar conseguir um monitor na faixa dos 100hz. Mas cuidado, fuja totalmente das telas TFTs.

HDD e SSD

Espaço de armazenamento nunca é demais, mas as vezes velocidade é mais necessário. Os HDs eletromecânicos (HDD) possuem a vantagem de serem mais baratos e, graças a tecnologia SMART, saber quando vão dar problemas e o usuário pode tomar uma previdência quanto a um backup. Além disso, por ser mais barato, a quantidade de espaço disponível é muito maior a um preço menor. O problema é que por serem mecânicos são mais lentos. O mais rápido que é possível encontrar no mercado é o de 7200RPM.

Já o SSD, é extramamente rápido, por não possuir componentes mecânicos, o tempo de abertura de um arquivo ou programa é até 90% mais rápido do que em HDD. Porém, no caso de queimarem ou ter um problema sério, eles simplesmente irão parar de funcionar. Não há uma forma prática de diagnosticar que o SSD vai dar problemas. O custo também é muito alto. SSDs podem chegar a preços até 10x mais caro que um HD de mesma quantidade de memória. Vale salientar que a velocidade do SSD varia entre marcas e modelos, mas sempre é mais rápido que os HDDs comuns.

Periféricos

Mouses e teclados são detalhes pouco discutidos, mas são importantes. Para começar, quem trabalha muito com programação, ou digita muito, pode preferir um teclado mecânico. Porém teclados mecânicos são bem mais caros que o convencionais e fazem mais barulho, em contra partida possuem resposta muito mais rápida e eficiênte, o pressionar é mais confiável. Já no que diz respeito a mouses e touchpads, isso é uma questão realmente de adaptação, você precisa experimentar qual é o mais ideal para a sua mão. Procure mouses com DPIs mais altos, pois possuem maior precisão. No que diz respeito as Pen Tablets (erroneamente chamado de Mesa Digitalizadora), pouquíssimas pessoas realmente precisam deles e vão utilizar. A maioria das pessoas que as tem, compram por questão de status ou de uma ideia errada da atualização. O uso das PenTablets é maior para pessoas que realmente trabalham com ilustração matricial ou que precisem retocar imagens com frequência.

Obs. este artigo é de 2015. Então fiquem de olho nas atualizações dos hardwares.

laptops de diversos modelos

Desktop de diversos modelos

Por fim, desktop ou laptop

Laptops costumam ser mais caros e ter uma performance inferior aos desktops de preços equivalentes. Além disso, você está à mercê das opções disponíveis no mercado, não vai ter a liberdade para montar uma máquina que julgar ideal. Mas os laptops possuem a vantagem da mobilidade e de ocupar um menor espaço físico, pode-se trabalhar em qualquer local e se deslocar a escritórios diferentes. Muitas pessoas preferem usar laptops com monitores separados, quando em estações de trabalho. Quando comprar um laptop deve-se ficar muito atento ao processador e a GPU, que, na maioria das vezes, possuem baixa qualidade para poder baratear os custos e melhorar a performance da bateria. Se comprar um laptop, opte primeiro por adquirir nas lojas oficiais, físicas ou online, salvo promoções pontuais, na loja da marca costuma ser mais barato e ter melhores condições.

Desktops possuem a vantagem de serem flexíveis, mais baratos e ter melhor performance. Porém exige muito espaço físico e você não há boa mobilidade. Consomem mais energia e é necessário um pouco mais de experiência para montar um equipamento que realmente agrade. Na grande maioria das vezes, ainda é possível fazer atualizações, aumentando o tempo de vida útil do computador, adicionando com o tempo uma placa de vídeo melhor ou mais RAM, trocar o processador ou adicionar periféricos. Tudo de acordo com as necessidades que forem surgindo. O ideal é comprar as peças e montar, pois a maioria das empresas que entregam o PC pronto tendem a escolher componentes de mais baixa qualidade para diminuir os custos.

Atenção: No momento em que receber o computador, seja ele um laptop, desktop ou até mesmo montado por você, faça todos os testes possíveis. Processamento, GPU, APU, etc. Use ferramentas de Benchmark de terceiros para isso. Não utilize as ferramentas da própria empresa da marca do computador que você comprou. Muitas vezes, elas não fazem os testes necessários para averiguar realmente todos os elementos do hardware.

Conhecer a sua própria máquina é mais que um luxo, é uma obrigação. Entender qual a nova tecnologia que entrará no mercado, e se adaptar a elas, é importante para se manter em um mercado cheio de concorrência, algumas até desleiais. Não estou falando de entender o que é um transistor, ou de fazer um curso de montagem e manutenção em algum “cursinho” por aí, mas sim, de entender o porquê de você comprar um processador de 4 núcleos, entender a diferença de uma GTX 930 para uma GTX 970, saber porque está comprando 16GB de RAM e não somente 8GB. Só assim você terá como tirar o maior proveito possível de seu computador e não fazê-lo tornar somente um elefante branco.

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